GUERRA, COMO ENTENDER?

GUERRA, COMO ENTENDER?

 

Certamente temos nos perguntado muitas vezes sobre por que a guerra? É difícil entender o fato de pessoas se matarem umas às outras e não entendermos bem essa situação. Realmente a guerra provoca angústia, ansiedade e muitos desdobramentos, além de perdas de vidas. Por que pessoas destroem outras? Essa pergunta poderá ser estendida aos outros atos de violência seja física ou psicológica, mas me deterei no tema da guerra.

O cientista Einstein questiona: “como é possível uma pequena parcela de um país fazer uma grande maioria se dobrar às suas vontades?” Ele mesmo responde que essa minoria é detentora do poder que “têm um domínio sobre todos o que possibilita organizar e dominar as emoções das massas e torná-las instrumento da mesma minoria”.

 

Mente inteligente inclinada à destruição

 

Einstein entende e questiona se é possível controlar a evolução da mente de um homem, de modo a torná-lo à prova das psicoses do ódio e da destrutividade? Quem promove a guerra possui uma mente inteligente, porém inclinada à destruição. Quem promove a guerra não tem contato com o lado rude da vida, mas vive isolado do mundo sintetizado nas páginas de jornais e revistas. A psicose é uma ruptura com a realidade e o indivíduo cria outra realidade para atender somente seus desejos. Nega o que acontece no mundo que seja contrário ao que pensa e deseja. Mas tem consciência, sabe o que está fazendo. Somente vive cindido com o mundo real onde existe sofrimento, dor e não se importa com isso, o que as pessoas sentem. Falta empatia.

Um dos pontos de partida é o poder atravessado pela violência nua e crua. Para Freud, o poder gera conflitos de interesses entre as pessoas que são resolvidos pelo uso da violência. Freud ainda salienta que isso também acontece no reino animal do qual os humanos não se excluem. Na guerra a superioridade intelectual substitui a força bruta, porém a luta é sempre a mesma: levar uma facção abandonar suas pretensões, desejos e objetivos por causa do dano sofrido e terem suas forças desmanteladas. O objetivo consiste em o vencedor eliminar para sempre seu adversário e satisfazer seus instintos em que os ideais nacionais têm prevalência.

Os motivos que levam à guerra poderão ser muitos, mas não há como negar que entre todos os motivos está o desejo de agressão e destruição. Sobre isso, Freud escreveu: “A satisfação desses impulsos destrutivos naturalmente é facilitada por sua mistura com outros motivos de gratificação e idealista.” O intelecto que poderia ser usado para a evolução da humanidade, muitas vezes é usado para a própria destruição. O ser humano é o único ser na face da Terra capaz de se autodestruir.

A guerra vai na direção oposta ao processo de civilização e, por isso, não podemos evitar de nos rebelar contra ela, nem nos conformar segundo Freud, para quem a guerra deveria ser intolerável. Por outro lado, dificilmente a humanidade se tornará pacifista, mas tudo o que trabalha e estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra.

 

Quota de destrutividade

 

O ser humano carrega em si uma poderosa quota de destrutividade que o leva a explorar o outro para satisfazer sua agressividade. Também é capaz de humilhar o outro, causar sofrimentos, torturá-lo e até matá-lo. Essa agressividade se combina com a perversidade extrema, recusa à realidade (psicose), à alteridade para satisfazer seus impulsos destrutivos. São formas de o sujeito que destrói, lidar com sua vulnerabilidade, seu desamparo que o leva ir além do ódio. O sujeito que promove a guerra, por exemplo, é um sujeito desamparado, vulnerável que envia outros a fazer aquilo que ele desejaria e, com isso, aplacar seu ódio.

Essas atitudes levam a desumanizar o outro e a si mesmo, ou seja, abdica de ser humano e extravasar seu ódio, trava uma guerra fora porque não consegue elaborar esse ódio dentro de si mesmo. Na guerra há o afrouxamento da ética e da moral com a perda da capacidade crítica e as pessoas passam a se odiar e a se detestar mutuamente. Segundo Freud as atitudes mais toscas e primitivas afloram com força. Assim nos perguntamos: algum dia iremos nos livrar da guerra? Não se tem resposta, por mais que queiramos que exista. Mas um caminho passa pela educação, desde a família até a escola e toda a sociedade.

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